Sinopse:Em uma noite de verão, dois casais se encontram em um restaurante elegante. Entre um gole e outro de vinho e o tilintar de talheres, a conversa mantém um tom gentil e educado, passando por assuntos triviais como o preço dos pratos, os aborrecimentos do trabalho, o próximo
destino de férias. Mas as palavras vazias escondem um terrível conflito, e, a cada sorriso forçado e cada novo prato, o clima fica mais tenso.
Cada casal tem um filho de 15 anos. Juntos, os meninos fizeram algo horrível, e o encontro tem c omo objetivo decidir o futuro. Não apenas dos jovens e de suas famílias, mas talvez até mesmo o futuro político do país. Quando afinal o prato principal é servido, a conversa finalmente aborda o assunto. E, à medida que a civilidade e o tom amigável se desintegram, cada um dos integrantes da mesa vai mostrar quão longe é capaz de ir para proteger aqueles que ama.
Cada casal tem um filho de 15 anos. Juntos, os meninos fizeram algo horrível, e o encontro tem c omo objetivo decidir o futuro. Não apenas dos jovens e de suas famílias, mas talvez até mesmo o futuro político do país. Quando afinal o prato principal é servido, a conversa finalmente aborda o assunto. E, à medida que a civilidade e o tom amigável se desintegram, cada um dos integrantes da mesa vai mostrar quão longe é capaz de ir para proteger aqueles que ama.
Uma capa perturbadoramente
artística, uma sinopse desafiadora, uma
escrita cativante e um enredo repulsivamente bom é como definiria “O jantar” do
escritor holandês Herman Koch.
Como sugere o título, a história
do livro se passa basicamente durante um jantar e é divida em quatro partes: entrada,
prato principal, sobremesa e digestivo, respectivamente.
Em linhas gerais, dois casais, os irmãos Paul e Serge Lohman e suas respectivas esposas Claire e Babette, se encontram em um restaurante elegante para discutir algo terrível que seus filhos adolescentes fizeram.
Em linhas gerais, dois casais, os irmãos Paul e Serge Lohman e suas respectivas esposas Claire e Babette, se encontram em um restaurante elegante para discutir algo terrível que seus filhos adolescentes fizeram.
A história é narrada a partir do
ponto de vista de Paul Lohman, logo
extremamente tendenciosa, percebe-se que a cada oportunidade que tem ele
usa para mostrar o quão superficial seu
irmão, candidato a primeiro-ministro, é. E assim é criada uma relação entre o
leitor e o narrador Paul, afinal, políticos parecem combinar perfeitamente com
as palavras superficialidade, egoísmo e canalhice. E nós os odiamos, assim como
Paul odeia seu irmão odiaremos o Serge durante quase todo o livro.
De inicio achei que havia sido
enganada pela sinopse, admito, afinal
são 254 páginas em um único jantar. Será monótono, pensei. Estava estupidamente
enganada. A escrita de Koch simplesmente flui e você se sente à mesa com as
personagens, percebendo a tensão crescente. Enquanto tentam ao máximo através
de assuntos supérfluos adiar o assunto principal. Em alguns momentos até me via
compartilhando sentimentos com o narrador, como o desprezo dele ao ver o
gerente do restaurante apresentando a comida com o dedo mindinho a um
centímetro do seu prato. Era como se tivesse alguém apontando o mindinho muito
próximo a MINHA comida.
É realmente difícil falar desse
livro sem soltar spoiler, mas o enredo é basicamente sobre “o quão longe cada
um é capaz de ir para proteger aqueles que ama” e nesse longe está incluído
mentir para si mesmo, inventar justificativas para coisas injustificáveis,
ignorar a lei, a moral e simplesmente distorcer todo o sentido de certo e
errado. É um livro também sobre criticas
a aparências, preconceito e superficialidade.
Definitivamente não é aquele tipo
de livro em que se pode definir mocinhos e vilões nos primeiros capítulos, os
personagens de Koch são humanos, eles têm instinto, maldade, inveja. Você até
tenta estabelecer lados durante a história, mas muda tanto de opinião que acaba
desistindo, vai por mim.
É um livro que você chega ao
final e simplesmente não consegue parar de pensar nele, em como você repudia
cada gesto daquelas personagens, mas ao mesmo tempo se pergunta se no lugar
deles não acabaria fazendo o mesmo, ou o quanto tem de verdade na expressão
“tal pai, tal filho” ou qual a importância da genética no comportamento das
personagens.
Refletindo sobre o que acabara de
ler me dei conta que eu, como leitora me deixei levar pelas primeiras impressões,
pelas aparências, era mais cômodo para eu ter uma opinião formada sobre as
personagens. É um livro cru e realista,
não esperem dele algo que vá acalantar
seu ego, mas esteja preparado para um
choque de realidade a cada capítulo.